quinta-feira, 27 de junho de 2013

Volta a França : análise ao percurso.

O Percurso da Volta a França deste ano mostra-se ligeiramente mais equilibrado que no ano anterior, onde a montanha estava claramente abaixo daquilo que seria de exigir à prova mais importante do mundo, no que respeita ao ciclismo. 
O arranque deste ano dá-se na ilha da Córsega, e com uma etapa em linha, em vez do habitual prólogo. Será seguramente uma ótima oportunidade para um sprinter poder vestir de amarelo, algo que nem sempre tem sido possível durante os últimos anos. A etapa é completamente plana, apenas apresenta uma montanha de 4ª categoria no seu início, por forma a atribuir a camisola das bolinhas (montanha). Seguir-se-ão mais dois dias na ilha, com etapas de média montanha, que irão favorecer ciclistas mais agressivos, mas que não estejam envolvidos na luta pela vitória final. Peter Sagan deverá ser protagonista nestes dias. À quarta etapa haverá um contra-relógio colectivo, e será nesta etapa que se poderão fazer as primeiras diferenças de tempo entre favoritos. As etapas número 5, 6 e 7 deverão ser propicias para chegadas ao sprint, todavia, não serão etapas planas, e alguma dureza a nível de montanha, misturada com a possibilidade de se poder apanhar vento lateral poderá levar a que ocorram alguma surpresas... 
A alta montanha chegará cedo este ano ao Tour, e logo à oitava etapa estaremos nos Pirineus. No primeiro dia de alta montanha os ciclistas terão pela frente o Col de Pailhéres (HC) [uma das mais duras subidas dos Pirineus] e terminarão a etapa em Ax-3-Domaines (1ª). Será dia para ser fazerem as primeiras diferenças, perceber quem poderá lutar pela vitória, podium e verificar desde logo quem não estará na luta por 
nada disto. A etapa 9 não será igualmente nada fácil. 168.5km pelo meio de montanhas de 1ª e 2ª categoria. Apesar de não terminar em alto, será mais um dia para ver em ação os protagonistas principais, e mais uma vez poderão ser feitas diferenças importantes neste dia. 
Depois do primeiro embate com a montanha virá o primeiro dia de descanso, que irá ocorrer na segunda-feira, dia 8. A semana seguinte será marcada pelo contra-relógio individual a disputar à 11ª etapa. Serão 33 km em terreno quase completamente plano, e provavelmente aqui poderá decidir-se boa parte da corrida. Na minha opinião, poderá ser aqui que Chris Froome dará a "sapatada" na corrida, indo para os Alpes com uma vantagem confortável sobre toda a concorrência. As restantes etapas desta semana (até a 14ª) serão propicias para chegadas ao sprint, esperando-se que eventualmente em alguma destas possa vingar uma fuga (ainda assim deverá ser difícil). 
À 15ª etapa será feita a subida ao mítico Mont Ventoux (HC). Dia para enorme espetáculo televisivo, e para na estrada os trepadores começarem a tentar recuperar o que perderem no CR da 11ª etapa. 
O segundo dia de descanso surgirá no dia seguinte, e será oportunidade para ganhar forças para afrontar a última semana, recheada de dificuldades, e onde se decidirá a prova. 
A etapa 16 será apenas um aperitivo, etapa de média montanha, com uma contagem de 2ª categoria apenas a 12 km da meta instalada em Gap. Será um dia muito propicio para vingar uma fuga. No dia seguinte será disputado novo CRI, entre Embrum e Chorges (32km). Este CR será bem mais duro que o primeiro, apresentando duas contagens de montanha de 2ª categoria, o que poderá fazer menos dano a ciclistas mais "virados para a montanha". Daqui, até à consagração final em Paris será sempre sem respirar. À 18ª etapa será dia para a etapa rainha da prova. Chegada no Alpe D'Huez (HC), com direito a fazer a subida duas vezes na mesma etapa, algo que nunca aconteceu. 
A 19ª etapa será um autênctico "regabofe"! Montanha e mais montanha pelo meio dos Alpes, com direito a subir montanhas como o Glandon (HC), Madeleine (HC), L'Epine (1ª) ou Croix Fry (1ª). Apesar de não terminar em alto, o perfil desta etapa é bem caraterístico de muitas edições da prova, e por norma provoca sempre grande espetáculo e algumas diferenças importantes. 
Mas para a festa ser completa, e se alguma coisa ainda houver para decidir, a 20ª etapa será mais um recital de alta montanha alpina. A chegada a Annecy-Semnoz (HC) será de extrema dificuldade e também o último dia para quem quiser fazer alguma coisa muito relevante na 100ª edição da prova francesa. 


A prova terminará no dia seguinte, como habitual em Paris (Champs Élysées), este ano com a etapa a disputar-se ao final do dia, prevendo-se uma chegada noturna ao podium final de Paris. 

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