sexta-feira, 28 de junho de 2013

Volta a França - Antevisão

Para a Geral

A luta Contador - Froome


Estamos na Volta a França, por isso não falta gente de qualidade para a geral! Todavia, já houve anos onde a prova parecia muito mais recheada e aberta. Este ano há claramente dois nomes que saltam à cabeça: Chris Froome e Alberto Contador. Froome é mesmo o maior favorito quanto a mim, pois ao longo da época tem vindo a mostrar que está acima de toda a concorrência. Prevejo um Contador a conseguir até equilibrar as contas na montanha, mas com dificuldades em acompanhar o ritmo do Britânico nos contra-relógios. Como tal, era importante para o espanhol conseguir ter uma boa abordagem nos Pirineus, conseguindo alguma vantagem, no entanto, até considero que Froome poderá sair, desde logo, dos Pirineus com 20 ou 30 segundos de vantagem para Contador. Ainda há o CR por equipas, onde as diferenças deverão ser curtas, mas importantes para o desenrolar da corrida. No primeiro contra-relógio individual deverão fazer-se as primeiras diferenças mais sérias. Aqui definitivamente a vantagem será para Froome! Estimo que possa ganhar entre 35 a 55 segundos a Contador. Daqui até ao contra-relógio seguinte haverá a subida ao Mont Ventoux, subida duríssima, e que fará diferenças grandes. Parece-me que mais uma vez Froome poderá tirar alguma vantagem nesta subida. Os últimos quilómetros são sempre marcados pelo vento, que caso sopre de frente ou lateralmente deverá favorecer corredores mais possantes, e aí Froome também ganha a Contador. Prevendo eu que neste dia o Britânico ganhe mais uns 30-40 segundos, e estimando que no contra-relógio antes dos Alpes Fromme ganhará mais 20-30 segundos, Contador poderá entrar nos Alpes com uma desvantagem a rondar 1:45-2:35 min. Ou seja, é muito provável que Contador tenha que ganhar mais de 1:30 min nas etapas dos Alpes a Froome, o que deverá ser complicado. Todavia, penso que os Alpes serão a parte da prova que mais poderá favorecer Contador. Haverá muita e dura montanha! Estaremos na última semana, altura em que os factores experiência e recuperação são determinantes. No entanto, Contador terá pela frente a implacável máquina da Sky, que raramente falha, e deixar Froome para trás vai ser muito difícil.

Os outros:
Pois bem, no meio disto tudo, depois há "os outros"! E os outros têm igualmente muita qualidade. Há assim uma série de nomes que sendo corredores capazes de estar na luta pelos primeiros lugares, são igualmente uma incógnita pela sua irregularidade ou inexperiência. Os casos mais gritantes são os de Evans (muito experiente, mas a idade já pesa, ainda mais depois de ter feito a Volta a Itália) e Andy Schleck (completamente apagado desde o ano passado, é talvez o que mais pode surpreender, caso faça aquilo que toda a gente já o viu fazer nos anos de 2007 a 2011). A armada Espanhola conta para além de Contador com Valverde e Joaquim Rodriguez. Os dois poderão dar um ar da sua graça, mas o tempo que previsivelmente perdem nos contra-relógios será difícil de ganhar na alta montanha. Ainda assim, considero que serão dois dos nomes mais fortes para ocupar o lugar mais baixo do podium de Paris. No capítulo da experiência haverá ainda que contar com Van Den Broeck, Daniel Moreno ou Ryder Hesjedal. Já no capítulo da juventude, nomes como Thibaut Pinot, Tejay Van Garderen e Nairo Quintana serão por certo nomes a ter em conta, embora no caso do colombiano, deve ser ainda cedo para figurar nos TOP de uma corrida como o Tour. Mais uma mão cheia de nomes com grande qualidade não pode ser descartada, e entre eles estarão Pierre Rolland, Fuglsang, Igor Anton, Gesink, Mollema ou... Rui Costa! Sim, penso que o português tem qualidade para poder andar perto dos melhores, fazendo fé no que fez na última volta a Suiça, e no contínuo crescimento que tem mostrado ao logo dos últimos anos. Na minha opinião Rui tem qualidades para terminar no TOP 10, todavia isso acabará por depender do quanto terá que trabalhar para Valverde, e igualmente do objectivo vitória de etapa. A primeira semana e meia será decisiva para ver o que ele pode fazer. 

Compilando tudo isto, eis o meu TOP 10 para a classificação final, em termos de favoritismo:

1. C. Froome
2. A. Contador
3. T. Van Garderen
4. J. Rodriguez
5. P. Rolland
6. A. Valverde
7. A. Schleck
8. J. Fuglsang
9. T. Pinot
10. R. Costa

Ao Sprint: 



No capitulo dos sprinters o "regabofe" será total. Estará por lá quase toda a gente, e como tal muita luta será de esperar. No entanto, um nome saltará sempre à cabeça. Mark Cavendish é o favorito para as etapas planas, e se tudo correr na normalidade será ano para levar mais 3 ou 4 vitórias para casa. Deverá ter adversários distintos. Em chegadas tipicas para sprint o seu grande adversário deverá ser André Greipel, no entanto, nas chegadas um pouco mais duras, Peter Sagan promete incomodar e muito o Britânico. No entanto, não será coisa para se fazer a três, pois nomes como Degenkolb, Matthew Goss, Marcel Kittel Nacer Bouhanni ou Moreno Moser andarão sempre à espreita. 
Em termos de vitória final para a camisola verde, penso que Sagan será o principal favorito, seguido de Cavendish e nunca descorando a possibilidade Greipel. 

Na montanha:


A camisola das bolinhas, correspondente ao melhor trepador da prova, é sempre a classificação mais aberta. O decurso da prova é que normalmente traça os candidatos à vitória final, e como tal a abordagem dos Pirineus (nomeadamente os homens que andarem em fuga) será determinante para saber quem a discutirá na última semana em plenos Alpes. Haverá algumas etapas importantíssimas nessa matéria. A etapa  9 (com quatro contagens de 1ª e uma de segunda), a 18 (com duas de categoria extra, três de segunda e uma de terceira) e a 19 (duas de categoria extra, duas de primeira e uma de segunda) deverão determinar o vencedor desta classificação.
Apesar de ser uma classificação muito aberta, há nomes que surgem como favoritos, entre eles Thomas Voeckler é o mais cotado, seguido de nomes como Pierre Rolland, Nairo Quintana, Thibaut Pinot, Maxime Monfort, Fuglesang ou J. Rodriguez. 

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